segunda-feira, 27 de julho de 2015

Afinal, qual é o tamanho ideal do pênis?


Por Carolina Freitas
Mestre em Psicologia, Psicóloga, 
Sexóloga, Especialista em Educação Sexual


Esta é uma pergunta recorrente em sala de aula, quando trabalho Educação para a Sexualidade. No meio de infinitas dúvidas quanto à iniciação sexual, um dos dilemas do mundo adolescente é quanto ao tamanho do pênis.

De onde vem esta preocupação? Provavelmente do mito que o pênis grande dá mais prazer, que vem sendo passado de geração em geração. Como estão na puberdade, as mudanças corporais (e psicológicas) que se iniciam trazem consigo um medo recorrente nos meninos, o do tamanho do pênis.

Onde vão procurar informação? O primeiro lugar tem sido a internet. Porém, é um espaço que requer cautela, pois encontramos referências boas e ruins. E, sem conhecimento prévio, a tendência é se deparar com informações distorcidas.

O que devemos passar para estes meninos é que a relação sexual vai para além do tamanho do pênis e da penetração. Requer conhecimento do próprio corpo, do corpo do outro, de envolvimento e respeito. Somente desta forma estaremos criando pessoas para terem uma saúde sexual saudável e bons relacionamentos.

É importante conscientizar que o tamanho do pênis não tem essa relevância que a nossa cultura afirma. Que esta preocupação, se excessiva, pode trazer medo de desempenho. E ainda, que nenhum procedimento para aumento de pênis é eficaz, inclusive pode trazer problemas quanto ao funcionamento. Logo, ratifico, o prazer sexual não está no tamanho do pênis e sim no envolvimento.

Assim, é importante os adolescentes saberem que o tamanho do pênis não tem relação direta com o desempenho sexual e que o tamanho do pênis sem ereção não determina o tamanho em ereção. E passar a informação que a vagina é elástica, por ser músculo acomoda qualquer tamanho de pênis. O prazer está no primeiro terço da vagina, não no fundo. Inclusive, pênis muito grande pode incomodar no ato sexual, caso toque o colo do útero. No Brasil, a média é de 14 cm em ereção – entre 11cm e 16cm.

Por uma educação sexual de qualidade para nossos(as) adolescentes é preciso passar a informação correta e conscientizar. Só assim vamos primar por uma saúde sexual saudável, pois desta forma evitamos dificuldades sexuais na vida adulta. 

Carolina Freitas 

Psicóloga, Sexóloga, Especialista em Educação Sexual CRP 09/8329



Texto publicado originalmente em Sexo Sem Dúvida

sábado, 4 de julho de 2015

Como falar sobre sexo com os filhos

Pesquisa:
Estamos planejando um curso para ajudar os pais e as mães a lidarem com a educação sexual dos(as) filhos(as). 
As respostas são anônimas, não se preocupem. 
Para dar a sua contribuição, CLIQUE AQUI 

Como falar sobre sexo com os filhos


Por Marlon Mattedi, Psicólogo Especialista em Sexualidade Humana 

Um número significativo de pais, educadores e áreas afins acreditam que Educação Sexual é sentar para assistir um filme, dar uma aula sobre anatomia dos órgãos genitais ou fazer discurso sobre os “perigos do sexo”.

Puro engano, porque crianças são educadas sexualmente a partir do instante em que vêm ao mundo, através de todas as ações que presenciam, mesmo que mãe e pai possam não ter a consciência disto.

Como somos tocados, acariciados, como falam com a gente, como nos tratam e nos amam, entre outros atos, aí começa a nossa construção da Sexualidade. São também vivências como estas que proporcionarão para a criança uma visão da sua própria sexualidade e da sexualidade dos outros.

O que se percebe é que referindo-se a este tema muitos pais não o tratam naturalmente, desviando o assunto, quando deveriam ser estes os primeiros a discuti-lo.
Advertir somente sobre métodos anticoncepcionais, desvios e doenças, gravidez, DST´s, os chamados “perigos” do sexo não ajuda ninguém, pelo contrário, transmite medo, ansiedade, inclusive culpa. 

Também não é necessário que se tire um dia na semana ou no mês com o tema, “Vamos agora falar de sexo”, pode-se utilizar uma cena na televisão, um evento na família, um acontecimento entre pessoas na rua, para falar naturalmente do tema Sexo.

Sexo precisa ser tratado como outro assunto qualquer. Sexo precisa ser visto com o mesmo valor dado a qualquer outro assunto da vida.   

Quantas vezes pais pensam em conversar sobre atração, namoro, excitação, orgasmo, paixão ou amor com seus filhos?

A proposta é tratar a Sexualidade de forma sadia e digna. É mais fácil cuidarmos daquilo que admiramos. É mais fácil cuidar de um corpo onde percebemos a beleza, o encanto e os prazeres que ele proporciona. Assustar com possibilidade de doenças não é o caminho.

É preciso que se rompa esta sequência de associação de Sexo com problema, associação de Sexo com algo proibido. Que tal levar a estas crianças informações e vivências prazerosas, para que estas possam passar aos seus futuros filhos uma imagem sadia e bela de algo que nos pertence e que sem medida influencia toda a nossa vida?

Receba informações específicas sobre Educação Sexual para pais e saiba como lidar da melhor forma possível.

Marlon Mattedi
Psicólogo Especialista em Sexualidade Humana CRP 12/03841 


Texto publicado originalmente em Sexo Sem Dúvida