terça-feira, 11 de agosto de 2015

Convite - Evento Gratuito




"As novas configurações familiares,
o processo de separação e alienação parental"

Convite para profissionais e estudantes das áreas de educação,
 psicologia, direito e saúde que trabalham com casais e famílias.

Você sabe como falar sobre sexualidade com seus filhos?


Conversar abertamente com os filhos sobre o assunto e orientá-los é a postura mais adequada e segura, mesmo quando eles são ainda pequenos, mas sem apressar nada



A sexualidade precoce é um tema que preocupa pais e mães do mundo todo. Estímulos vindos de propagandas publicitárias ou de estilos musicais que erotizam as danças são fatores que aumentam a probabilidade das crianças entrarem nesse universo antes da idade esperada. Claro, as crianças começam a perceber a própria sexualidade de forma natural, sem associar ao ato sexual propriamente dito, mas a descoberta do próprio corpo começa desde o nascimento do bebê.

Por isso, quando a curiosidade começar a aflorar e surgirem perguntas sobre a vida sexual, o importante é manter um diálogo aberto. De acordo com o médico ginecologista Domingos Mantelli, a sexualidade é algo natural e não adianta os pais esconderem as informações. “No caso de música, vale a pena escutar junto com os filhos para saber o que estão ouvindo. O importante é orientá-los que algumas letras de canções mostram uma maneira errada de se pensar sobre sexo, que muitas vezes desvaloriza a mulher, por exemplo”, salienta.

O que não deve ser feito é deixar que os filhos façam descobertas de forma errada e não dá para ignorar o assunto. “O importante é que a criança receba as orientações desde pequena e dos próprios pais. Eles precisam falar sobre sexualidade de forma natural. Sempre evidenciando que existem limitações e precauções que devem ser tomadas”. Enquanto a criança é muito pequena, o melhor é explicar as diferenças biológicas entre o homem e a mulher e porque, muitas vezes, essas diferenças proporcionam sensações diferentes.

Conforme a crianças vai crescendo, essa conversa precisa deixar de ser tão técnica e passar a envolver a questão dos sentimentos, das vontades e da hora certa em que o sexo é introduzido na vida de uma pessoa adulta. Afinal, o mecanismo sexual é relativamente simples. O que complica são as relações e sensações que estabelecemos em relação aos nossos corpos e a criança começa a descobrir isso desde cedo.

“Caso os pais não se sintam seguros para falar com a criança, o ideal é levá-la a um ginecologista, no caso das meninas, urologista, no caso dos meninos  ou a uma sexóloga. Esses profissionais podem orientá-la”, complementa. O papel dos pais é fazer com que os filhos façam essa descoberta com orientação. “Deixar que o filho aprenda por conta própria é prejudicial porque ele não terá informação suficiente para se proteger tanto fisicamente quanto emocionalmente”, finaliza o ginecologista.

Algumas dicas práticas:

1) Entenda quais são as dúvidas dos seu filhos. Se ele quer saber por que um menino tem o órgão genital diferente de uma menina, não há porque aprofundar o assunto antes do tempo. As dúvidas vão surgindo ao longo dos anos.

2) Abra um canal de comunicação transparente com seu filho. Deixe bem claro que ele pode perguntar o que quiser, sem criar tabus em volta do assunto. Ele não precisa saber de uma vez tudo sobre sexo, mas ele precisa ter a certeza de que, o que ele quiser saber, pode e deve perguntar para você.

3) Conforme a criança for crescendo, ela vai trazer cada vez mais dúvidas. Esclareça-as sem mentir, deixe claro que sexo é bom quando estamos preparados para usufruir disso, ou seja, depois de adultos.

4) Não apresse nada. Em cada fase da vida a criança vai descobrir algo novo sobre o corpo: os órgãos genitais, o prazer de se tocar, a curiosidade pelo o que é diferente, as transformações hormonais e o amadurecimento sexual. Tente não se antecipar ao falar desses assuntos, mas também não ignore os momentos da vida do seu filho.


Texto publicado originalmente em Pais&Filhos