segunda-feira, 30 de junho de 2014

Desejo sexual excessivo pode ser compulsão



Desejo sexual excessivo pode ser compulsão

Por Diego Henrique Viviani
(psicólogo especialista em psicoterapia sexual)


É natural que o ritmo sexual e a vontade de transar variem de pessoa para pessoa

Sair de casa frequentemente com o único objetivo de fazer sexo, passar horas assistindo a filmes eróticos ou se masturbando, exigir do companheiro frequência sexual excessiva e ainda manter relações extraconjugais.

Esses são sinais de que o desejo sexual saudável pode ter dado lugar a uma doença. Segundo médicos, é natural que o ritmo sexual e a vontade de transar variem de pessoa para pessoa. Quando o impulso sexual sai do controle, porém, ele se torna uma compulsão, que, como qualquer outra dependência, precisa de tratamento.

Segundo o psiquiatra Marco Scanavino, do Hospital das Clínicas, a compulsão sexual não é definida pelo número de relações sexuais que a pessoa tem. “O critério não é quantitativo porque existem pessoas que têm atividade sexual intensa, mas não tem a compulsão. É considerado transtorno quando a pessoa não tem controle sobre o impulso, ou seja, quando leva mais tempo do que gostaria com a busca por sexo ou com a prática sexual’’, diz.

Com o passar do tempo e o agravamento do transtorno, dizem especialistas, a compulsão passa a interferir nas outras áreas da vida, e o prazer dá lugar a sentimentos de culpa e arrependimento.

“Até certo momento, a pessoa encara o comportamento como normal, mas começam a aparecer os resultados negativos, como perda de emprego, DSTs, fim de relacionamentos. O ideal é que as pessoas buscassem ajuda antes de chegarem nesse ponto’’, diz.

TERAPIA A compulsão sexual é tratada com psicoterapia, complementada ou não pelo uso de medicamentos.

“Os compulsivos sexuais têm de manter-se atentos para o resto da vida, pois existem possibilidades de recaídas. Isso não exige necessariamente um tratamento vitalício, muitas vezes essas pessoas chegam ao consultório e descobrem novas ferramentas para lidar com as emoções’’, diz Diego Henrique Viviani, psicólogo do Instituto Paulista de Sexualidade.

Como saber Não existe apenas uma origem para a compulsão sexual. O ser humano é muito complexo e diversos fatores podem contribuir. O ambiente em que a pessoa se desenvolve pode ser um facilitador, mas não determinante do desenvolvimento do comportamento compulsivo sexual. Mas sim, a própria pessoa que desenvolve mecanismos de pensamentos, as quais, com um ambiente facilitador esse comportamento é desenvolvido. Um exemplo de ambiente familiar facilitador, é aquele onde se valoriza muito a fala e ou ações sexuais exageradas, bem como a maneira de pensar compulsivamente.

O pressupostos para dizer que a pessoa apresenta o comportamento sexual compulsivo dependem de características de personalidade específicas. A seguir, algumas características do compulsivo.
  • Ter pensamentos ou atos compulsivos recorrentes
  • Ter pensamentos obsessivos – ideias, imagens ou impulsos que entram na mente do indivíduo repentinamente e de forma estereotipadas, são angustiantes, e a pessoa não consegue resistir a elas
  • Ter atos ou rituais – comportamentos estereotipados que se repetem muitas vezes, não são agradáveis e são vistos como preventivos de algo improvável
Essas manifestações ocorrem em conjunto com ansiedade e depressão.



sexta-feira, 20 de junho de 2014

E o Viagra, faz mal?



E o Viagra, faz mal?


Por Marlon Mattedi
 Psicólogo Especialista em Sexualidade Humana
Realiza atendimentos Online no Portal SEXOSEMDÚVIDA.com

Em minha experiência de mais de 10.000 atendimentos em sexualidade, não lembro de um único homem que tenha passado pelo processo completo de Terapia Sexual, para o tratamento da ereção, e que tenha continuado a tomar tal medicamento. Quando o corpo físico está saudável para a ereção não há necessidade de tais medicamentos, e se o problema for psicológico a Terapia Sexual resolve. Portanto, continua tomando Viagra quem quer!

Começo citando apenas um dos tantos medicamentos já existentes para a ereção masculina. Hoje os nomes se ampliam, Cialis, Levitra, Eleva e inúmeros outros estão aí no mercado, com a proposta de facilitar a ereção.

Agora que a patente foi aberta surgiram ainda outros nomes, mas a proposta é a mesma. Saibam que Viagra, ou qualquer um desta classe de medicamentos, não provoca ereção alguma. Eles são simplesmente vasodilatadores, facilitam a abertura dos vasos sanguíneos do corpo, de todo corpo. A ereção do pênis tem seu start e sua manutenção da rigidez do órgão por processos psicológicos. Tome tal medicamento e não tenha estímulo psicológico algum, que o pênis não entrará em ereção. Toma-se algo para o físico se o que provoca a falta de ereção na grande maioria das vezes é de ordem psicológica? Algo está errado aí.

Se a lesão for física e for grave, provavelmente seu médico lhe dirá que não há porque tomar tal medicamento, porque o corpo está impossibilitado de ter ereção, agora, se estiver com as funções sexuais físicas normais e com saúde, para que tomar tal medicamento? Busque a terapia sexual e entenderás.

Quando não regulado por um profissional da medicina, a dose, a qualidade e a origem do medicamento podem trazer lesões. Além da dependência psicológica provocada, rompimento de artérias, possíveis lesões da córnea provocando em alguns casos problemas de visão, acidente vascular cerebral(derrame), até paradas cardíacas(infartos) já foram relatados após uso não equilibrado e mal associado do medicamento, e 1(um) comprimido dependendo de quem o toma já pode ser um uso não equilibrado. 

Cuidado ao fazer uso de qualquer medicamento sem avaliação médica, e se este lhe indicar vasodilatadores na intenção de provocar a ereção, busque em paralelo uma Terapia com profissionais especializados para o tratamento de problemas no sexo, treinados para tal. Verão que tais medicamentos são desnecessários na quase totalidade e maioria absoluta dos casos.

Marlon Mattedi
Psicólogo Especialista em Sexualidade Humana CRP 12/03841 

Fonte:http://www.sexosemduvida.com/saude_sexual/119-e-o-viagra-faz-mal-.html

domingo, 15 de junho de 2014

O contrato



O CONTRATO
Acharam que seriam felizes para sempre...


*Ricardo Lima

 Eles escolheram cuidadosamente a data, a hora, o local, a comida, os convidados e padrinhos, registraram tudo em vídeo, a champanhe brindou, a banda tocou... e deram um nome a isso: casamento. não imaginavam que essa hisria tinha o seu roteiro traçado há muito tempo. Já na fase da conquista amorosa, inevitavelmente ainda embriagados por uma boa dose de idealização, todos assinam um contrato que apenas em parte é consciente. Porém, outras partes são desconhecidas pelos amantes - sabe aquelas propostas com letrinhas minúsculas de rodapé? - e que, no afã da paixão, são ligeiramente rubricadas sem serem cuidadosamente avaliadas. Entretanto, com  passar do tempo e  na  convivência do casal, mais cedo ou mais tarde vão operar no casamento podendo causar estranheza e, claro, problemas. A sensação de que algo não condiz com as expectativas criadas no início da relação choca-se com a constatação de que certas coisas não foram combinadas’ lá atrás... E, na disncia entre o que se espera do relacionamento e o que ele de fato oferece surgem as insatisfações conjugais. Mas  onde  começa  tudo  isso?  Para  se  decifrar  esse enigma penso que seja necessário fazer uma viagem ao passado e remontar a cena da atração à primeira vista. É nesse momento que começa a se esboçar, ainda que de forma muito particular, a minuta desse contrato. Por exemplo, algumas necessidades inconscientes associadas a intensos desejos presentes na vida da pessoa à época do primeiro encontro podem sugerir que se filiar ao outro representa uma grande oportunidade’. Do  quê?  De  se distanciar daquele convio complicado na casa dos pais; de realizar o sonho da maternidade; de buscar uma vida confortável sob a provio de um cônjuge. Não, esses não são fragmentos de um enredo de novela. Há pessoas que se  casam  primordialmente  para  realizar  um  ou  mais desses objetivos. Nesses casos o progstico é ruim, pois a união com o parceiro tem apenas a função de veículo para a realização do projeto individual e urgente. Não se trata de uma construção conjugal sauvel, um tratado claro que contempla o desejo, as necessidades e o desenvolvimento de ambos, tanto como pessoas quanto como casal. Daí os casamentos que perdem a funçãoprecocemente, provavelmente quando a vida na nova casa se estabelece (é isso mesmo, na volta da lua-de-mel!) ou quando a gravidez se apresenta cedo geralmente, de forma inesperada. Nos relacionamentos que resistem a essas armadilhasiniciais, ou nos que se apoiam em outros motivos, é possível observar o desenvolvimento individual dos cônjuges, as transformações de suas ideias, desejos e a de valores, ou seja, a elaboração de novas cláusulas subjetivas. Isso leva a relação conjugal a outro estágio que, a meu ver, apresenta uma das tarefas mais

complexas do casamento: adaptar as expectativas individuais às mudanças que a vida conjugal/familiar apresenta, em assuntos como dinheiro, prazer, carreira, responsabilidades, etc. Atribuo essa dificuldade ao fato de que esse processo passa pela capacidade de se tomar conhecimento da situação, assumir a necessidade dessas transformações, refletir, e, primeiramente, rever a minuta do contrato de si com si mesmo para depois, se possível, levá-la para a negociação com o parceiro. É difícil também porque requer uma boa dose de autoconhecimento, intimidade conjugal e desprendimento (pela árdua tarefa da renúncia) suficientes para tornar hábito rever, discutir e re-significar o casamento. Tenho visto no trabalho com casais que a falta dessas habilidades paralisa a relação, o que me chega sob a forma da queixa: o casamento caiu numa rotina, numa mesmice’. Interpreto isso como sinal de  que  ele  está  engessado,  ancorado  em  partes  do contrato que por mais recentes que sejam ainda não foram dialogadas e,  portanto, estão obsoletas, carentes da adaptação necessária à velocidade das mudanças da vida. Nesses casos, a relação ‘sobrevive sob um roteiro burocrático, protocolar, veladamente insatisfatório... num terreno rtil para o aparecimento de um dos fatores mais nocivos às relações: o pressuposto. Digo nocivo pois ele não consta do contrato... é algo como uma ilusão, formada por crenças atuantes apenas na imaginação de cada um... certezas que se têm pra si e acredita-se, inegavelmente, que valem para o outro também. Alguns clássicos pressupostos dos  meus  arquivos:  ela  vai  respeitar  os meus hobbies e amigos a por que eu os tinha bem antes de  conhe-la; a  admiração dele  por  mim   tem  a melhorar com o passar dos anos; se eu trabalhar para contribuir com as despesas do lar, ele vai reconhecer e valorizar isso me ajudando mais nas tarefas domésticas; apesar de termos alguns valores diferentes, ela vai entender o  meu jeito de educar nossos filhos. Assim, como se trata de algo não comunicado, discutido e negociado com o parceiro é pouco provável que ele contribua para a sua realizão. Isso dá margem ao aparecimento da incompreensão, do melindre, da raiva... inconformismo...  agressão  mútua.  Enfim,  pode  parecer que o casamento, pelo ângulo aqui apresentado, é um jogo condenado por suas próprias regras, mas não é bem assim. Entendo ser, como todas as outras parcerias que constituímos na vida, uma oportunidade real de sermos felizes, alguns dias mais, outros menos... com muito esforço, boa vontade e dedicação. Ah! Quanto ao certificado garantia de felicidade, se o encontrarem em algum contrato, por favor, me enviem uma cópia.


* Autor: Ricardo Lima, psicólogo clínico, doutor em psicologia do desenvolvimento humano, marido e pai atento às diversidades e o que aprender com elas.
ricardo.lima@usp.br
Prof. Dr. Ricardo Lima
Psicoterapia e Orientação Vocacional
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