terça-feira, 27 de outubro de 2015

Conheça 15 detalhes sobre os órgãos sexuais que homens e mulheres não podem ignorar



Conheça 15 detalhes sobre os órgãos sexuais que homens e mulheres não podem ignorar


UOL Mulher
Heloísa Noronha Do UOL, em São Paulo

Por maior que seja a bagagem sexual, nem sempre a pessoa conhece bem seu corpo. E saber informações relevantes sobre a região genital ajuda a ter uma vida sexual de mais qualidade. Você sabia, por exemplo, que o membro masculino pode sofrer uma fratura? E qual a posição ideal para quem tem pênis pequeno? Ou, ainda, que qualquer mulher pode atingir o clímax dormindo, por causa da estimulação do clitóris durante o sono? Veja essas e outras curiosidades:

PÊNIS

1.Ele pode sofrer uma fratura

Durante a relação Segundo Valter Javaroni, chefe do departamento de andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia, essa situação é mais comum do que se imagina. Quando o pênis está ereto, os dois cilindros que ficam no seu interior –os corpos cavernosos– estão rígidos e cheios de sangue. Se um grande impacto dobrar os cilindros, a parede deles pode se romper. “Pode acontecer se, durante a relação, o membro sair da vagina e se dobrar com o peso do corpo da parceira”, conta o médico. Os corpos cavernosos se rompem e o sangue que estava aprisionado, produzindo a ereção, vaza para a camada abaixo da pele, deixando o pênis arroxeado e disforme. "Homens que vivenciaram o problema contam que sentiram como se o membro tivesse se quebrado. Isso ocorre em relações sexuais com mais malabarismos e movimentos bruscos”, diz o terapeuta sexual Oswaldo Martins Rodrigues Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade. Para reparar o acidente, é necessária uma cirurgia.

2. Adultos também têm “sonhos molhados”

A polução noturna, nome dado à ejaculação que acontece durante o sono, é típica do início da puberdade. Nessa época, a testosterona, hormônio masculino, começa a preparar o homem para a reprodução. Junto com isso, se inicia a produção de espermatozoides e de outras substâncias provenientes da próstata e das vesículas seminais que compõem o chamado líquido seminal. “Como o menino ainda não iniciou a vida sexual nem descobriu a masturbação, a polução funciona como se fosse uma válvula de escape para eliminar os líquidos produzidos. Tanto é que quando os rapazes começam a ter relação ou ejaculam através da masturbação, as poluções cessam”, explica Valter. Quando o homem adulto fica muito tempo sem ejacular, pode ocorrer algo semelhante. Não é tão frequente quanto na puberdade, mas acontece. “Se o homem estiver muito relaxado, sonhos eróticos também causam ejaculação, mesmo para quem tem vida sexual ativa”, diz a sexóloga Carla Cecarello.

3. Ejacular é diferente de gozar

Do pondo de vista fisiológico, ejacular e gozar são dois fenômenos distintos, comandados por sistemas neurológicos diferentes. "Ejacular é uma vivência física de prazer, com a eliminação do sêmen. Já o orgasmo é a percepção psíquica intensa do prazer desencadeado pela estimulação física associada à emoção que pode acompanhar o momento”, conta Cristina Romualdo, coordenadora do Instituto Kaplan, de São Paulo. “Apesar de grande parte dos homens não perceber essa diferença, ela existe. O fato de gozar não implica que tenha de haver uma ejaculação simultânea. Esse é, inclusive, um os princípios do sexo tântrico", diz a terapeuta sexual Isabel Delgado.

4. Sexo oral dá mais câncer de garganta do que cigarro

Uma pesquisa recente divulgada pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, descobriu que o vírus HPV atualmente é a principal causa da doença em pessoas com menos de 50 anos. Como o HPV, para muitas pessoas, não provoca feridas nem dor, o sexo oral sem proteção facilita o contágio. "O ideal é que homens e mulheres usem preservativos para recebê-lo”, diz a terapeuta sexual Arlete Gavranic, do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática. Outro estudo, realizado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, apontou que pessoas que tiveram mais do que seis parceiros com quem praticaram sexo oral tinham nove vezes mais chances de desenvolver câncer de garganta. Nos que já haviam tido algum tipo de infecção provocada pelo HPV, o risco subia 32 vezes.

5. Tamanho G afasta parceiras

Na opinião dos especialistas, quem se preocupa com as dimensões do pênis são os próprios homens. As mulheres não só não ligam para isso como se sentem incomodadas com os chamados superdotados. "Geralmente, a parceira se queixa de dor durante a penetração, o que torna a relação sexual, muitas vezes, frustrante e pouco satisfatória", diz Cristina Romualdo. Para tudo dar certo, a mulher deve guiar o homem na posição que julgar mais satisfatória, sem provocar incômodos. De acordo com a sexóloga Carla Cecarello, as mais indicadas são a de conchinha, a clássica papai-mamãe e em pé, que permitem que a mulher controle a profundidade e a intensidade da penetração.

6. Tamanho P não é problema para elas

Em contrapartida, o ditado "os menores frascos guardam os melhores perfumes" pode ser aplicado ao sexo. Segundo pesquisas recentes do o I Consenso Brasileiro de Urologia, o comprimento normal do pênis dos brasileiros, em ereção, varia entre 12,9 cm e 14,1 cm. São considerados pequenos, eretos, os membros menores de 7,5 cm. “A dificuldade para o homem é conseguir manter a penetração, pois muitas vezes, o pênis escapa da vagina”, diz Cristina. Para evitar, o ideal é que a mulher suba no parceiro deitado de barriga para cima. A posição com a parceira de quatro também garante prazer. A área inicial da vagina, logo na entrada, é a parte mais rica em terminações nervosas e mede cerca de 2 a 3 cm.

7. Truques para parecer maior

Primeiro, é fundamental largar o cigarro: fumar pode provocar uma obstrução parcial dos vasos sanguíneos dos corpos cavernosos e prejudicar a ereção. Como o pênis não se estica por completo, parece menor. Emagrecer também é uma boa ideia, já que o excesso de peso pode esconder o pênis, fazendo com que ele pareça menor do que é. Isso acontece porque a base fica encoberta pela gordura extra que se acumula na região púbica. Para quem prefere lançar mão da ilusão de ótica, vale a pena aparar os pelos pubianos. Quando muito volumosos, eles encobrem a parte inicial do membro. Em casos extremos, de pênis menores que o padrão considerado pequeno, alguns médicos indicam a cirurgia. “O urologista recorre a técnicas de lipoaspiração da gordura na região pubiana, secção de ligamentos, injeção de gordura e plásticas na pele para dar um aspecto maior ao pênis”, conta Valter.

8. Brincadeiras causam doenças

Mergulhar o pênis na taça de vinho ou champanhe para tornar o sexo oral mais divertido e saboroso pode render uma bela dor de cabeça. “As bebidas alcoólicas são adstringentes e podem ressecar a mucosa da glande, provocando desconforto, reações alérgicas e até uretrite”, conta a Arlete. Melhor evitar o contato com essa região. O mesmo conselho serve para brincadeiras com gelo –qualquer pedrinha, em contato com o pênis, oferece o risco de queimaduras.

VAGINA

1.Masturbação melhora o humor

“A masturbação melhora a circulação sanguínea, é um exercício muscular de baixa intensidade e que sempre será muito útil para toda a musculatura do corpo, trazendo bem-estar e melhorando o humor de qualquer mulher”, declara Oswaldo Martins Rodrigues Jr. Para a ginecologista e obstetra Caroline Alexandra Pereira de Souza, da Clínica BMS, de São Paulo, a masturbação oferece prazeres e sensações diferentes do que o coito. "O conhecimento do próprio corpo reforça a autoestima, já que a mulher se sente mais segura e confiante sobre como atingir o clímax, o que é válido, principalmente, para quando for para a cama com alguém", conta.

2. Mulher pode gozar dormindo

O reflexo orgásmico costuma ocorrer durante a fase de sono que permite movimentos físicos e se associa à ocorrência de sonhos, mesmo que não tenham conteúdo sexual. “Durante o sono não há repressões, regras, limitações, restrições. A mulher se solta e não há nada que a segure. Normalmente, as sensações fazem com que ela una as pernas, apertando o clitóris, o que conduz ao orgasmo”, explica Carla.

3. Excesso de higiene faz mal

A higiene excessiva pode diminuir as defesas da vagina, tornando-a suscetível a doenças. O ideal é utilizar um sabonete adequado à área íntima, já que as versões em barra normalmente têm um pH alcalino, o que ajuda a anular o pH vaginal, que é ácido. Muitas mulheres, durante a fase da ovulação, apresentam um corrimento sem cheiro, que não coça e têm uma coloração parecida com a de uma clara de ovo. Usar absorventes diários para contê-lo e evitar a sensação de sujeira pode gerar vaginites.

4. Falta de sexo pode deixar musculatura flácida

Toda musculatura que não é exercitada perde tonicidade e pode ficar flácida. Isso serve também para a que fica ao redor da vagina. Segundo Oswaldo, muitas mulheres passam anos da vida sexual com dores no inicio da relação sexual, que cessam após a penetração. “O organismo, para se livrar da dor, aprende a relaxar, abrindo mais facilmente a entrada da vagina. Sem o exercício de contração frequente, a vagina se afrouxa", explica o especialista.

5. Odor é sedutor

De acordo com Caroline, o momento em que a mulher fica mais atraente para o homem é durante a ovulação, que ocorre aproximadamente 14 dias antes da menstruação. Além do corrimento característico, a vagina exala um aroma característico, mais marcante, que é excitante para os homens. Nessa fase, ainda, toda mulher secreta feromônios, substâncias químicas com a função de atrair o sexo oposto.

6. Clitóris só serve para dar prazer

O clitóris é a única parte da anatomia que tem finalidade apenas erótica. “Ele se assemelha bastante a um pênis na sua estrutura, e é onde a maioria das mulheres obtém o orgasmo", conta Isabel. Isso não exclui a sensibilidade da vagina. "É claro que a estimulação do clitóris desencadeia um prazer intenso, fisiologicamente, muito maior do que a da vagina. No entanto, a vivência do prazer é uma percepção subjetiva, ou seja, muitas mulheres podem sentir muito mais prazer na vagina do que no clitóris", explica Cristina Romualdo.

7. Localização exata do ponto G

Embora alguns estudiosos contestem a existência do ponto G, a maioria dos especialistas em sexualidade afirma que pelo menos 1/3 das mulheres conseguem reconhecer essa região dentro da vagina. “Ele pode ser alcançado com a introdução do dedo indicador na vagina. Na ponta do dedo, entre o útero e entrada da vagina, a mulher poderá perceber uma área enrugada, parecida com o céu da boca, logo atrás dos dentes frontais. É o ponto G”, explica Oswaldo Martins Rodrigues Jr. Sua percepção só é possível quando a mulher atinge um ponto bastante elevado de excitação sexual. “É necessário que grande quantidade de sangue se localize nos genitais, provocando o ingurgitamento do ponto G e, consequentemente, sua localização e a sua estimulação torna-se extremamente prazerosa", declara Cristina.

Texto publicado originalmente em: Uol Mulher

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O que acontece quando você entre em contato físico com outra pessoa?






O que acontece quando você entre em contato físico com outra pessoa?

Por Ailton Amélio
 
O contato físico entre as pessoas tem diversos significados e efeitos profundos. Neste artigo vamos examinar alguns desses significados e efeitos.
O contato físico tem efeitos poderosos e fáceis de constatar. O contato é capaz de provocar fortes reações positivas e negativas. Para constatar isso, basta imaginar como você sentiria caso fosse tocado de uma forma íntima, sem nenhuma justificativa, por estranhos. O contato físico pode ter um forte impacto mesmo que tenha acontecido de forma não intencional ou acidental.

Interpretação dos motivos dos contatos físicos

Os efeitos dos contatos físicos dependem, em grande parte, da interpretação dos seus motivos. Dependendo das justificativas, um mesmo ato pode ser extremamente traumático ou pode ser relativamente inócuo, mesmo que aconteça em uma região muito íntima, como é o caso, por exemplo, do exame ginecológico. Esta relatividade dos impactos deste tipo de contato pode ser resumida pela frase: “Mais importante do que o fato é a sua versão”.

As interpretações e as reações ao contato físico são extremamente dependentes de outros fatores tais como: a natureza do toque, área do corpo tocada, duração do toque, frequência do toque, contexto do toque (circunstâncias nas quais o toque aconteceu), quem toca e quem é tocado (sexo de quem é tocado e sexo de quem toca, natureza do relacionamento entre quem toca e quem é tocado, tipo e estágio do desenvolvimento do relacionamento).

As culturas possuem estatutos que padronizam a forma de interpretar muitos tipos de contatos físicos e suas circunstâncias. A cultura e a história pessoal podem alterar, até certo ponto, os significados, os usos e os efeitos destes contatos.

É provável que existam propensões inatas que ajudam a determinar os efeitos de boa parte dos contatos físicos. Por exemplo, os contatos físicos sexuais têm forte impacto em quase todas as culturas. Em todas culturas, estranhos se tocam menos do que conhecidos, casais em início de relacionamento se tocam mais do que pessoas não relacionadas; todas as crianças precisam de contato físico para apresentar um desenvolvimento psicológico saudável.

Tipos de contato físico

Existem muitos tipos de contato físico. Os principais deles são os seguintes: apertar as mãos, abraçar, beijar, carícias, dar palmadas, lamber, segurar, guiar, esbofetear, esmurrar, beliscar, sacudir, enlaçar, chutar, catar e espremer (espinhas, cravos, etc.).

Desmond Morris (1977) identificou os seguintes tipos de contato físico:
1- Aperto de mão, 2- Orientar o caminho tocando alguma parte do corpo, 3- Tapinha, 4- Dar o braço, 5- Abraçar o ombro, 6- Abraço completo, 7- Dar as mãos, 8- Abraço pela cintura, 9- Beijo, 10- Mão na cabeça, 11- Carícia, 12- Cabeça com cabeça, 13- Apoio corporal, 14- Ataque provocativo.

Este autor denominou estes contatos físicos como “signos de ligação” porque eles assinalariam a existência de algum tipo de relacionamento entre os dois participantes.

Cada um destes tipos de contato físico admite uma série de variantes. Por exemplo, um 
aperto de mão pode ser forte, demorado, sacudir muitas vezes a mão enquanto cumprimenta, apertar firmemente, usar uma ou as duas mãos, usar a outra mão para segurar o antebraço do companheiro, etc. Cada uma destas variações tem um significado especial. Em geral, quanto mais o contato discrepa daquilo que seria esperado para as circunstâncias, maior o seu significado. Quando maior o contato (mais intenso, mais demorado, mais partes do corpo são envolvidas, etc.), mais positiva é a mensagem.

Dimensões para avaliar os contatos físicos

Segundo Heslin (1974), os contatos podem variar desde gestos muito impessoais até gestos muito pessoais. De acordo com este critério, os contatos físicos podem ser classificados em cinco classes:
1-    Funcional-Profissional: são contatos “frios” utilizados para realizar alguma tarefa ou serviço. Quem recebe o contato é tratado como não pessoa. Um dos motivos para o contato ser realizado desta forma com o objetivo de não transparecer uma conotação sexual e, por este motivo, interferir na execução da tarefa. Exemplos: toques realizados pelo cabeleireiro e pelo médico.
2-    Social-polido. Este tipo de contato confirma a identidade de quem é tocado como membro da mesma espécie de quem o tocou. Neste tipo de contato existe muito pouco envolvimento pessoal entre quem toca e quem é tocado. Exemplo: o cumprimento através de um aperto de mão.
3-    Amistoso-Caloroso. Neste tipo de contato já existe um reconhecimento da individualidade de quem é tocado. Este tipo de contato também comunica que quem toca gosta de quem é tocado e o considera um amigo. Exemplo: abraçar uma pessoa pelos ombros enquanto caminham.
4-    Amoroso e íntimo. Este tipo de contato expressa intimidade e amor de quem toca por quem é tocado. Este tipo de gesto é menos estereotipado e é mais adaptado para as características pessoais de quem é tocado. Exemplo, beijar ternamente a outra pessoa.
5-    Sexualmente estimulante. Este tipo de contato expressa a atração física de quem toca por quem é tocado. Exemplo, colocar a mão na coxa da outra pessoa.

Progressão dos contatos físicos em relacionamentos amorosos

Morris (1971) afirmou que nos relacionamentos amorosos existe uma progressão de intimidades em direção ao relacionamento sexual. Alguns dos elementos desta progressão incluiriam contatos físicos. Esta progressão seria a seguinte: Olho no corpo, olho no olho, voz na voz, mão na mão, braço no ombro, braço na cintura, boca na boca, mão na cabeça, mão no corpo, boca no peito, mão nos genitais, genitais com genitais. Existem muitas exceções, inversões de ordem e omissões a esta progressão. 

Aqueles tipos de contato físico que só são permitidos entre pessoas que têm um relacionamento amoroso entre si podem ser utilizados para iniciar relacionamentos amorosos. Uma forma de iniciar relacionamentos amorosos é ir transformando gradualmente contatos físicos que são permitidos entre pessoas que não tem um relacionamento amoroso naqueles que são exclusivos de relacionamentos amorosos.

Quem toca quem e onde toca

Jourard (1966) fez uma pesquisa sobre as partes do corpo que pessoas afirmavam que eram tocadas com maior frequência. Este autor apresentou um questionário com uma figura mostrando 24 partes do corpo. Quem respondia ao questionário tinha a tarefa de apontar regiões do corpo onde foi tocado ou tinha tocado outras pessoas. Esta pesquisa também pedia para quem respondia classificar quem havia tocado: a mãe, o pai, um amigo do mesmo sexo ou um amigo do sexo oposto. Este autor verificou que as mulheres eram mais acessíveis ao toque por todas as pessoas. Amigos do sexo oposto e as mães eram considerados como as que mais tocavam.

Vários estudos mostram que tocar a outra pessoa é um poderoso sinal de intimidade com ela. É tão poderoso que pode facilmente ficar invasivo se não for bem calibrado para as circunstâncias. Por este motivo os contatos físicos são regulados por normas: existem regras rígidas que regulam quem pode tocar quem, em que região do corpo, em que circunstâncias, em que tipo de relacionamento. As zonas mais liberadas para os toques são as mãos, os antebraços e os braços.

Funções positivas e negativas dos contatos físicos

Os contatos físicos podem ter funções positivas e negativas. O contato físico nem sempre tem efeitos positivos. Por exemplo, uma pesquisa verificou os efeitos do toque antes de uma cirurgia mostrou que as mulheres tocadas tiveram efeitos positivos e os homens tocados tiveram efeitos negativos: eles ficavam piores do que os operados que não foram tocados.

Funções positivas dos contatos físicos

Alguns dos principais efeitos positivos do contato físico são os seguintes:

- É imprescindível para o desenvolvimento físico e psicológico saudáveis
- Ajuda a criar e a solidificar vínculos afetivos
- Pode ajudar a criar uma atitude positiva entre quem toca e quem é tocado
- Pode contribuir para que o relacionamento evolua para estágios mais avançados
- É uma forma importante de confortar emocionalmente a outra pessoa
- Pode ajudar a manter o relacionamento
- Pode ajudar a revigorar o relacionamento
- É um meio eficiente de demonstrar amor;
- É uma maneira eficaz para iniciar rapidamente um relacionamento amoroso.

Tocar a outra pessoa pode produzir efeitos mais poderosos do que muitas palavras e gestos. O contato físico adequado pode ser um dos caminhos mais rápidos para a reconciliação, após um desentendimento, quando há receptividade por parte daquele que é tocado, evidentemente.

Funções negativas dos contatos físicos

O contato físico pode ter efeitos muito negativos. Quando ele não é bem vindo, acontece em momentos inapropriados, ocorre entre pessoas que não têm um tipo de relacionamento que o permite ou é realizado em regiões do corpo que só podem ser tocadas por certas pessoas e em certas circunstâncias, pode ser extremamente aversivo e implicar inclusive em sanções legais.

NOTA
Se você quiser a citação completa da bibliografia cita neste artigo, escreva para o meu email: ailtonamelio@uol.com.br


Texto publicado originalmente em Blog do Ailton

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Sobre a pílula rosa



Atraso do "Viagra para mulheres" prova machismo da comunidade científica


 O medicamento Addyi, popularmente chamado de "Viagra feminino", chega ao mercado prometendo tratar a falta de libido das mulheres.



Por Daniella Franco


Com pouca eficácia comprovada, uma série de efeitos colaterais e um atraso de 17 anos em relação ao Viagra, o Addyi, medicamento que promete aumentar o desejo sexual das mulheres, foi aprovado nos Estados Unidos. Para muitos especialistas, essa demora em tratar um problema comum entre as mulheres reflete o viés misógino da pesquisa e da indústria farmacêutica, que se concentram há décadas apenas nos problemas sexuais masculinos.


Na semana passada, a flibanserina se tornou a primeira substância para disfunções sexuais femininas a ser validada pela FDA, agência norte-americana reguladora de medicamentos e alimentos. A aprovação, depois de duas rejeições consecutivas, reabriu o debate sobre a importância da sexualidade feminina e o mostrou o quanto a questão ainda é ignorada não só pela sociedade como também pela comunidade científica. Vários grupos feministas acusam a FDA de demora na validação do medicamento para as mulheres, enquanto vários produtos para melhorar a perfomance sexual dos homens foram aprovados facilmente.


Outras polêmicas chegam antes mesmo de o Addyi começar a ser comercializado, como a série de efeitos colaterais do produto, como desmaios, diminuição da pressão arterial, náuseas e sonolência. A eficácia do remédio também é contestada: testado em 2.400 mulheres com uma idade média de 36 anos, apenas 10% dizem ter percebido uma melhora em seu prazer sexual. Outro teste também mostrou que mulheres que tomaram o medicamento tiveram 4,4 experiências sexuais satisfatórias em um mês contra 3,7 relações sexuais prazerosas apontadas por pacientes que estavam ingerindo placebo.


Para o ginecologista francês Sylvain Mimoun, a percentagem de eficácia não diminui a importância da aprovação do produto. "Mesmo que o Addyi não seja uma revolução, ele representa um grande avanço para muitas mulheres que enfrentam problemas sexuais e que esperavam há anos um medicamento como esse. Claro, não podemos esperar que ele tenha uma eficácia de 80% ou 90%, mas mesmo que os primeiros resultados sejam baixos, o mais importante é que ele pode ajudar muitas pessoas", ressalta.


Como funciona

Produzida pelo grupo norte-americano Sprout Pharmaceuticals, a flibanserina é destinada à mulheres na pré-menopausa que sofrem com a falta de desejo sexual que não esteja relacionada a uma disfunção física ou hormonal. A FDA aprovou o Addyi especificamente para uma condição conhecida como distúrbio de desejo sexual hipoativo generalizado adquirido (HSDD na sigla em inglês).


O medicamento atua como antidepressivo no sistema nervoso central e modifica a concentração de alguns neurotransmissores, explica a psicóloga especialista em educação sexual, Carolina Freitas. "Ele age diretamente em três substâncias que temos no cérebro, essenciais para o bem-estar e o desejo sexual, promovendo o aumento da dopamina, da norepinefrina e a diminuição da serotonina. Essas transformações ajudariam a despertar o desejo sexual", diz.


O psiquiatra e sexólogo francês Gérard Tixier lembra que o Addyi não pode ser comparado ao Viagra, que trata a disfunção erétil masculina. "Para que o Viagra tenha efeito, é necessário que o desejo sexual exista. A flibanserina trata a falta de libido, que é um problema sério para muitas mulheres. Então, se esse antidepressivo pode ajudá-las a acordar seu desejo sexual, a chegada do Addyi é muito positiva", avalia.


Além do que se vê

Carolina Freitas ressalta que o Addyi trouxe de volta o debate sobre a sexualidade feminina, mas não acredita que o medicamento sozinho possa resolver todos os problemas relacionados à falta de desejo sexual das mulheres. "A libido feminina engloba muitas particularidades. As mulheres são mais emocionais. Então, além da questão física, é preciso considerar o envolvimento, o bem-estar e a própria vontade das mulheres. Ou seja, apenas a medicação não vai resolver completamente o problema", ressalta.


Para a psicóloga, a permissão própria da mulher de ter prazer é essencial para um vida sexual saudável. "Afinal, mesmo nas sociedades mais modernas, muitas mulheres não têm permissão de ter libido. Então, receio que essa medicação seja mais uma ‘permissão externa’, como se a mulher não pudesse nunca ser responsável por seu desejo sexual", reitera.


Tratamento regular

A Sprout Pharmaceuticals alerta que o Addyi começa a ter efeito após algumas semanas de utilização e que o tratamento precisa ser regular. Ele poderá ser adquirido apenas com receita médica e não pode ser utilizado por mulheres que ingerem bebidas alcoólicas.


O Addyi chega às farmácias dos Estados Unidos no próximo mês de outubro. No Brasil, o medicamento ainda está sendo analisado pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e não tem previsão para começar a ser comercializado. Já na França, especialistas acreditam que o remédio estará disponível aos consumidores dentro de um ano.




Texto publicado originalmente em RFI Brasil



 Os verdadeiros efeitos da pílula rosa
 para o desejo feminino





Carolina Freitas, Psicóloga, Sexóloga, 
especialista em Educação Sexual, Mestre em Psicologia - 31/08/2015



Acaba de ser autorizado a comercialização do remédio que promete aumentar o desejo sexual feminino. Também chamado (erradamente) de "viagra feminino", o Addyi atua de forma diferente do Viagra. Veja abaixo como ele age no organismo.


Link para assistir ao Vídeo


Com a aprovação do “viagra feminino”, vemos entrar em discussão, mais uma vez, algumas questões sobre a sexualidade feminina. Vamos então entender o Addyi, também conhecido como a pílula rosa.


Como ela age no organismo?


O “viagra feminino” atua na primeira fase do ciclo da resposta sexual humana, o desejo. A medicação altera a química do cérebro. De maneira simples, “mexe” nas substâncias químicas essenciais do cérebro, aumenta a dopamina e a norepinefrina e diminui a serotonina, com a finalidade de despertar a libido, o desejo sexual. Seu uso deve ser diário.


Já o “viagra masculino” atua na segunda fase do ciclo da resposta sexual humana, a excitação. A medicação altera o fluxo sanguíneo nos órgãos genitais, com a finalidade de ter e manter a ereção. Seu uso é situacional.


De que "é feito" o Desejo Sexual feminino?


Como estamos então falando em desejo é importante deixar claro que desejo sexual não é apenas feito de substâncias, não é genital exclusivamente. Ele é subjetivo, inclui sensações, emoções, relacionamentos, interações e motivação.


O bom disso tudo é a visibilidade dada à sexualidade feminina, principalmente ao desejo sexual feminino. Pois, de nada adianta pensar em prazer, em orgasmo se não tiver o desejo. E sim, tem como ajudar a mulher (e o homem também) a desenvolver seu desejo sexual, se quiser.


O receio é mais uma vez a mulher colocar a sua vida sexual nas mãos de terceiros – do homem, da taça de vinho, do chopp, da medicação. Mulher, a responsabilidade pelo seu desejo sexual é sua!


Como aumentar o desejo feminino?


Para tanto, permita-se ser um ser sexual. Saiba que o sexo faz parte da vida. É prazer, é comunicação. Quer se sentir mais segura e mais confiante e confortável com a sua vida sexual, busque sua autonomia e seu bem-estar. Se a medicação for realmente necessária ela será bem vinda e prescrita.


Por fim, o tratamento da disfunção do desejo sexual, bem como de qualquer outra disfunção sexual, não se resume à medicação. Existem estratégias de tratamento, que são individuais, que te ajudarão a ter uma vida sexual saudável.




Carolina Freitas 

Psicóloga Especialista em Educação Sexual CRP 09/8329



Texto publicado originalmente em Sexo sem Dúvida