quinta-feira, 25 de julho de 2013

Livro reúne curiosidades sobre o mercado de produtos eróticos



Livro reúne curiosidades sobre o mercado de produtos eróticos

Por Yuri Lopes

Goiânia
- "Para ele, ela e casais". Poderia ser um anúncio da seção de acompanhantes dos classificados dos jornais, mas é uma indicação cada vez mais comum nas embalagens de vibradores. Os aparelhos ganharam novas funções (alguns até quatro) e formatos, tudo para atender à demanda de diversão e prazer, seja em carreira solo, em dupla ou em grupo.

Com o avanço da tecnologia (sim, tem cada traquitana...) e a diminuição do tabu em torno do brinquedinho, o consumo aumentou, segundo aponta a pesquisadora do assunto e presidente da Associação Brasileira das Empresas de Mercado Erótico e Sensual (Abeme), Paula Aguiar, autora de Vibrador - O Livro. (Para baixar o livro, clique aqui)

Em 2011 o crescimento foi de 18%, segundo dados da Abeme.


Foi a partir do conhecimento técnico adquirido pelas pesquisas que realiza desde 2000, que Paula, formada em Publicidade e Propaganda, foi convidada pelo site Sexônico para, em parceria com a testadora de produtos eróticos do site, Mariana Blac, escrever o livro, que está disponível para download gratuito. Além de um manual de uso, o e-book também é um compilado de curiosidades sobre os vibradores.

Em entrevista ao jornal A Redação, Paula contou detalhes, revelou estatísticas e disse que tamanho não é tudo, mesmo. "Tem vibradores de 2 cm que dão muito mais prazer do que os grandes, justamente por concentrar mais a vibração", contou ela. Confira abaixo a entrevista:

A Redação - Como surgiu o interesse por estudar os vibradores e fazer o livro?

Paula Aguiar - Eu já tinha escrito quatro manuais que acompanhavam os quatro vibradores mais vendidos no Brasil. Desde 2000 eu pesquiso o mercado erótico e já trabalhei na empresa que foi pioneira na fabricação de vibradores no Brasil. O site Sexônico, que é o maior buscador de produtos eróticos do País, me convidou para escrever o e-book e eu topei.

AR - O perfil dos consumidores de vibradores mudou muito nestes quase 15 anos que você acompanha o setor?

PA - Bastante. Inicialmente, os vibradores eram usados por médicos como instrumento clínico em tratamentos pouco convencionais com mulheres que sofriam de histeria. Depois, o aparelho se popularizou após a descoberta de um potente instrumento de masturbação. A mídia ajudou bastante a mudar o pensamento de que usar um vibrador era coisa de gente pervertida. A série Sex and The City, além de uma série de filmes, como o De Pernas Pro Ar, mais recentemente, colaboraram. Hoje todo mundo usa vibrador sem medo de ser feliz. Homem, mulher, gays, casais, novinhas, coroas, todo mundo.

AR - Existe algum modelo que seja mais completo? Qual deles faz mais sucesso?

PA - A gama de modelos é enorme. Certamente o mais conhecido é o chamado rabbit, que é um dos mais completos também. Hoje em dia tem de tudo o que você imaginar. Tem vibrador para casais que se divide em duas peças, outro que entra na mulher e no homem, além do anel peniano que vem acoplado com minivibradores. Tem vibrador de tripla e até quádrupla função. É só procurar o que melhor atende as próprias necessidades.

AR - O livro foi escrito em parceria com a Mariana Blac. Qual foi a função de cada uma?

PA - Eu cuidei da parte de pesquisa, curiosidades e o conhecimento técnico sobre os produtos. A Mariana, como testadora de produtos do Sexônico, contribuiu para aproximar ainda mais a experiência de uso dos produtos citados. Ainda falta muita informação para as pessoas sobre esse assunto e o livro é uma boa oportunidade de tirar dúvidas e conhecer as novidades. A minha intenção é atualizar o livro todos os anos com novos dados e novos produtos.


AR -  Que tipo de novidade pode ser encontrada nas sex shops hoje em dia?

PA - Tem o vibrador líquido, que é um spray inventado no Brasil, tem o vibrador de 2 centímetros, que pode, inclusive, dar muito mais prazer do que um vibrador enorme por concentrar as vibrações. Para aparelhos muito grandes às vezes é preciso dois motores para fazer o brinquedo funcionar e nem sempre o movimento é satisfatório. Tem muita gente elogiando o desempenho dos vibradores em formato de bala e os que parecem um ovo. Não existe mais aquela história de que o equipamento precisa ser no formato fálico. Tem também o primeiro vibrador 100% ecológico, que é feito de plástico reciclado e funciona com energia armazenada pelo acionamento de uma manivela.
 

AR - O que você acha que falta para que o uso de vibradores deixe de ser um tema que cause vergonha em algumas pessoas?

PA - Muita gente culpa o preconceito, mas eu acho que a aceitação ao mercado erótico já não gira em torno de preconceito. Eu acredito que a falta de informação é o que mais causa essa estranheza em relação ao uso de vibradores e outros equipamentos eróticos.

AR - E você acha que ainda existe muita resistência com o uso do vibrador e outras bugigangas eróticas entre casais?

PA - Era bem maior uns dez anos atrás, mas ainda tem sim. Os homens, por exemplo, até aceitam incluir o vibrador, mas o aparelho não pode ser maior do que o pênis dele, senão ele fica ofendido.
 

AR - Tem algum modelo para casais que você recomenda para os iniciantes?

PA - Tem um modelo que é no formato da letra U, o We Vibe, que é um vibrador muito moderno. Ele tem a bateria recarregável igual à de um celular e é à prova d'água. Além disso, ele pode ser usado em oito posições diferentes.



Veja abaixo o vídeo de apresentação do We Vibe (em inglês):

We Vibe (em inglês) 



AR - Quais são as dúvidas mais frequentes na hora de escolher um vibrador?

PA - Não tem muita regra, na verdade. Só uma constatação é que mulheres com menos de 40 anos costumam comprar vibradores menos potentes, pois são mais sensíveis aos estímulos. Já as que têm mais de 40 anos compram os modelos mais potentes. Uma dica valiosa é testar o produto na ponta do nariz, pois a sensibilidade é muito parecida com a das partes íntimas.

AR - Durante as pesquisas para o livro teve algum fato que te chamou mais a atenção?

PA - Eu gosto sempre de citar o Hospital de Vibradores Hospital de Vibradores, que fica em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. Muita gente leva os aparelhos para serem consertados lá. Tem gente que manda por correio. Muitas pessoas se apegam demais aos vibradores e consideram os brinquedos como membros da família, tanto que alguns dão até nome. Outro caso, que é mais uma lenda, que eu gosto bastante é sobre a origem do vibrador. Há relatos de que Cleópatra mandou fazer um vasilhame e encher de abelhas, que gerariam a vibração necessária para estimular o clitóris dela.


Fonte: http://www.aredacao.com.br/cultura/30501/livro-reune-curiosidades-sobre-o-mercado-de-produtos-eroticos