quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Estou grávida? Dúvidas sobre o período fértil


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Estou grávida? Dúvidas sobre o período fértil 

Por Carolina Freitas


Mestre em Psicologia, Psicóloga,

Sexóloga, especialista em Educação Sexual


Muitas dúvidas ainda acometem as mulheres quando o tema é período fértil.


Nessa semana mesmo recebi três dúvidas:


- Quando começo a contar meu ciclo para saber se estou no período fértil, é no início ou no final da menstruação?


- Tive relação sexual sem proteção no décimo dia, estou grávida?


- Estou tomando anticoncepcional, ainda tenho período fértil?


O ciclo menstrual regular costuma durar 28 dias. Porém, esse ciclo pode variar de 23 a 35 dias. Primeiro é importante você se observar e saber qual é o seu ciclo. Faça anotações todos os meses de sua menstruação, assim você descobrirá. A menstruação pode durar de 03 a 07 dias, a depender da mulher e do uso de anticoncepcional.


A contagem começa no primeiro dia da menstruação e dura até o início da menstruação seguinte. Pensando no ciclo regular de 28 dias, a ovulação (que é a liberação do óvulo maduro) deverá ocorrer por volta do 14o dia. Contamos o período fértil 96h antes e depois desse dia. Por que 96 horas ou 4 dias já que o óvulo pode ter uma sobrevida de 12h a 24h dentro das trompas? Porque os espermatozóides têm uma sobrevida maior que os óvulos, de 24h a 96h. Então, é nesse intervalo entre o 10o e o 18o dia do ciclo menstrual que abrange o período fértil.


A mulher que faz uso de anticoncepcional não tem período fértil, pois o uso da pílula faz com que ela não ovule e fique então protegida da gravidez durante o mês todo. Mas é importante que o uso seja feito de forma regular, ou seja, todos os dias, no mesmo horário. Sua eficácia de 99% passa a valer a partir da segunda cartela, perfazendo pelo menos o primeiro ciclo com anticoncepcional.


Sempre é válido lembrar da importância do uso da camisinha. A pílula protege apenas contra a gravidez e a camisinha é um método de barreira que protege da gravidez e também de Doenças sexualmente transmissíveis, incluindo a Aids.


Carolina Freitas

Psicóloga, Sexóloga, Especialista em Educação Sexual CRP 09/8329



segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Amamentação e Sexualidade


Convido vocês a participarem da conversa sobre amamentação e sexualidade.
Vejam, abaixo, as informações.
Aguardo vocês lá!

 
Grupo de apoio à Amamentação
Tema: Sexualidade e Amamentação
Data: 14/12/2014 - Domingo
Hora: 09:30 às 11:30
Local: Restaurante Pitanga sabor e equilibrio - Rua 70, no. 401, Jardim Goiás, Goiânia
Convidada: Carolina Freitas - Psicóloga, Sexóloga, Mãe
Entrada Franca

Mais informações: (62) 9980-9975

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

‘A assexualidade sempre existiu, mas eles se escondiam’



‘A assexualidade sempre existiu, 
mas eles se escondiam’  

Entrevista - Elizabete Regina Baptista de Oliveira - Pedagoda doutoranda da USP autora da tese “MINHA VIDA DE AMEBA: TRAJETÓRIAS ASSEXUAIS NA SOCIEDADE DO DESEJO SEXUAL COMPULSÓRIO”

Por Raquel Sodré

A diversidade sexual é um tema muito discutido nas salas de aula. Preocupada em saber como os assexuais se veem representados na escola, a pesquisadora iniciou seu mais recente trabalho. Abaixo, ela explica o que é a assexualidade e fala de seu estudo.

O que é a assexualidade? É uma sexualidade cuja principal característica é uma ausência da atração sexual pelo parceiro. Esse desinteresse pode ser acompanhado pelo desinteresse pelas relações amorosas ou não. Não quer dizer que a pessoa que é assexual nunca vai querer namorar. Para eles, sexo e amor são coisas totalmente diferentes.

Sexo e amor são coisas diferentes até para os sexuais, não? Costumamos dizer que sexo sem amor é possível. Mas ninguém fala o contrário. Temos uma percepção de que o amor tem que vir sempre com o sexo. Amor sem sexo não é amizade. Há uma diferença muito clara de quando eles estão apaixonados da relação que eles levam com os amigos. Por haver esse pressuposto de que amor sempre vem com sexo, os assexuais têm um problema sério em se aproximar de alguém romanticamente.

Mas eles são capazes de fazer sexo? O comportamento é só um aspecto da sexualidade. Os assexuais podem decidir ser celibatários, ou fazer sexo. Alguns não gostam, mas fariam. Nós – todo mundo – fazemos sexo por diversos motivos. Eles podem topar fazer, mas não sentem vontade. E há falta de atração, mas não necessariamente há falta de prazer. A pessoa não vai procurar (sexo), mas, se o outro procura, ele poderá fazer e poderá gostar.

Podemos dizer que é uma orientação sexual, como a homo ou a heterossexualidade? Digo que é uma sexualidade. Quando se fala em orientação sexual, estou falando de um direcionamento do desejo. A assexualidade não direciona o desejo para sexo nenhum. Mas, assim como as outras, não é uma escolha. Não é que um dia a pessoa acorda e fala “vou ser assexual” – como também ninguém diz isso com a hétero, homo ou bissexualidade.

Os assexuais se masturbam? Sim. A masturbação é uma resposta corporal a um estímulo, não é direcionada a um outro. E muitos deles relatam não ter fantasias sexuais. É um ato mecânico que provoca alívio.

Quem não tem interesse por sexo é assexual? Nem toda falta de interesse por sexo é assexualidade. Todos os assexuais com quem eu conversei relataram que sempre se sentiram assim. A falta de interesse por sexo pode ter causas fisiológicas ou psicológicas. Pode ser referente a traumas, abusos na infância. Se a causa da falta de interesse por sexo for um distúrbio, isso vai causar sofrimento na pessoa – não é o caso da assexualidade.

Assexuais sofrem os mesmos preconceitos que os gays? Não são os mesmos. Para discriminar, é preciso reconhecer. A assexualidade não é conhecida o suficiente para gerar preconceitos. A assexualidade nunca foi controlada nem pelas leis, nem pela religião, porque é uma não prática. Não fazer alguma coisa passa mais embaixo do radar do que ter uma prática que vai contra a norma, como é o caso dos homossexuais.

Mas eles têm problemas relacionados à sexualidade... O único problema que elas têm na vida é a pressão da sociedade. A pressão se dá no sentido de elas estarem em um relacionamento amoroso. O relacionamento é público, porque todo mundo vê os casais de mãos dadas, trocando carinhos. Mas a relação sexual é privada, porque se faz entre quatro paredes. Se você está em um relacionamento amoroso, as pessoas já vão logo pensar que vocês estão fazendo sexo. Os homens sofrem uma pressão enorme de outros homens para estar com várias mulheres. Quando entram em um relacionamento amoroso, sofrem pressão sabendo que, em algum momento, aquela mulher vai esperar que ele faça sexo. E as mulheres sofrem pressão para estar em um relacionamento e para ter filhos. O relacionamento protege o assexual do julgamento alheio.

Quando começou-se a falar em assexualidade? A assexualidade sempre existiu, mas os assexuais se esconderam muito bem. No século XXI isso mudou por vários motivos. Por causa da internet, das novas tecnologias, da possibilidade de eles conversarem em fóruns, eles se encontraram. O que deu um impulso maior foi a fundação da Aven (sigla em inglês para Associação para Visibilidade e Educação Assexual), em 2001. As pessoas começaram a chegar de todos os lugares do mundo, e, hoje, a Aven já tem mais de 70 mil pessoas. Eles criaram um conceito e um vocabulário para definir essas pessoas, porque os vocábulos que tínhamos não davam conta. Se não fossem as redes sociais, os fóruns de discussão e a internet, a assexualidade não surgiria como conceito.

Há uma estimativa de quantos sejam os assexuais no mundo? Fala-se em 1% da população mundial, com base nos estudos do biólogo norte-americano Alfred Kinsey, nas décadas de 1940 e 1950, e em outro estudo, do médico britânico Anthony Bogaert, que apontou que 1% dos entrevistados não tinham interesse por sexo. Mas esse número está longe de ser o retrato da realidade. O número de pessoas com uma sexualidade diferente da norma sempre é proporcional à aceitação dessa sexualidade pela sociedade. Pode ser que haja 7% ou 8% de assexuais que nem conhecem o conceito. Não é possível saber ao certo.

Como você se interessou pelo tema da assexualidade? A diversidade sexual tem sido um tema cada vez mais presente na área da educação. É um problema nas escolas a questão da homofobia. A intenção da pesquisa é saber qual o papel da escola em acolher as pessoas assexuais nas aulas de educação sexual. Elas se sentem excluídas porque parte-se do pressuposto de que todo mundo irá fazer sexo um dia.

O que mais te surpreendeu em suas pesquisas? Até estudar o tema, eu nunca havia percebido o quanto o desejo sexual compulsório está em toda parte. É como se as pessoas colocassem o óculos da sexualidade e vissem o mundo com esse filtro. É isso que a nossa educação faz. Isso é um fator que oprime os assexuais. Eles são cobrados porque o mundo que eles veem não é assim.

Por que é importante um conceito de assexualidade? O sexo é tratado como um sinal de equilíbrio, de saúde mental e física, de bem-estar. Os assexuais não se veem retratados nem nos filmes, nem nas novelas, nem nas propagandas. As pessoas que não se sentem representadas podem se sentir doentes, achar que têm um distúrbio. A descoberta do conceito de assexualidade traz uma paz para as pessoas assexuais. Traz alívio o fato de que existam outras como ela, e ela não está sozinha no mundo.

Os assexuais estão organizados em grupos como a comunidade LGBTQ? Há uma aproximação dos dois grupos na luta por direitos? No Brasil, nunca existiu uma tentativa de aproximação dos assexuais com os movimentos LGBT. Nos Estados Unidos, houve esse movimento, mas ele sempre foi recusado, porque os gays acham que é uma luta desigual. Muitos dizem “mas vocês não correm risco de apanhar na rua”. Mas nos EUA já se fala em movimentos GSM (sigla em inglês para Minorias de Gênero e Sexo). Aí os assexuais teriam entrada.

O que podemos concluir, sabendo agora dos assexuais? Há diversas formas de viver a sexualidade. A sexualidade é muito mais fluida do que imaginamos. Não necessariamente a pessoa será hétero ou homossexual a vida toda.

Fonte: http://www.otempo.com.br/interessa/a-assexualidade-sempre-existiu-mas-eles-se-escondiam-1.941162

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Saúde sexualmente transmissível



Saúde sexualmente transmissível
 Por Marlon Mattedi
 Psicólogo Especialista em Sexualidade Humana
Realiza atendimentos Online no Portal SEXOSEMDÚVIDA.com

Quando começaremos a deixar de falar em Doenças Sexualmente Transmissíveis e começaremos a falar de Saúde Sexualmente Transmissível? É preciso mudar o discurso.

Quando é que iremos ensinar as pessoas ao invés de fugirem das doenças, a que elas busquem a saúde?

Este conceito Doença Sexualmente Transmissível, da forma com que é passado, está todo errado.

Nós não temos que falar de Doença para ter Saúde. Para ter Saúde temos que falar de Saúde. É como falar de Guerra buscando a Paz. Se queremos Paz o foco tem que ser a Paz. Não se fala de Guerra, querendo a Paz, se fala de Paz para buscar a Paz.

Se queremos Saúde o foco tem que ser aulas de Saúde e não aulas assustando adolescentes e adultos com imagens de Doenças Sexualmente Transmissíveis. Sabe de que isso adianta? Praticamente nada!

Adolescentes e adultos continuarão a fazer sexo, só que depois de saber das aulas de Doenças Sexualmente Transmissíveis e dos riscos farão sexo com ansiedade, com medo de se contaminar com alguma coisa que aprenderam que poderiam pegar. Continuarão a fazer sexo, agora com medo!

Se queremos Saúde o foco é na Saúde. Alguém teve nas escolas aula de Saúde Sexualmente Transmissível? Aulas de Sexualidade com fotos bonitas, alegres, saudáveis? 

O foco para muitas pessoas foi em Doenças Sexualmente Transmissíveis e Gravidez na Adolescência. Ponto! Queremos buscar a saúde assim? Como?

Quando ensinamos Saúde Sexual as pessoas vivem o sexo e se cuidam automaticamente, usam camisinha, cuidam do corpo, respeitam a si e ao(a) parceiro(a). Quando o foco é na doença elas deixam de se cuidar, quando protegem-se é pelo medo e não pela consciência e importância de se manterem saudáveis.  

Quando o foco é na “Saúde Sexual” somem doenças, acabam guerras, há menos agressão entre gêneros masculino e feminino, casais se reconciliam, indivíduos começam a ser felizes com a própria Sexualidade, mas para isto temos que mudar o foco. Não é assustando crianças, adolescentes ou adultos que buscaremos a saúde.

É preciso divulgar um conceito de Sexualidade que ajude as pessoas a encontrar a felicidade e não a se distanciar dela. Sexo é comunicação, é a própria vida. O objetivo é passar momentos bons, mas nos ensinam a ficar com medo.

Que tal falar de Saúde Sexualmente Transmissível? De sexo saudável?

Compartilhe, por favor, para mudarmos esta consciência!

Marlon Mattedi
Psicólogo Especialista em Sexualidade Humana CRP 12/03841