segunda-feira, 25 de março de 2013

Como a personalidade influencia a sexualidade?



Como a personalidade influencia a sexualidade?

Estamos passando por processos de transformação e revisão no que diz respeito a vários comportamentos sexuais, dizem especialistas




O que somos, isto é, nossa forma de pensar, sentir e agir, influi, sim, na visão que temos da sexualidade e de todas as questões ligadas a ela, como é o caso da masturbação, do corpo, da relação sexual, da diversidade sexual etc. Influi, ainda, na forma como agimos em relação a isto tudo e na forma de vivemos a nossa sexualidade.

No entanto, nosso jeito de ser, nossa personalidade, não é algo que nos é dado pronto, que recebemos ao nascer.

Pelo contrário, a personalidade vai se constituindo e se desenvolvendo à medida em que crescemos e nos relacionamos com as diversas pessoas. Tem a ver, também, com a forma como a humanidade, ao longo da história, foi encarando este assunto até os dias de hoje.

Assim, o que somos é fruto das relações pessoais presentes, da cultura e da história. Esta é uma visão histórico-social da formação do psiquismo humano. ''Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas'', diz Gonzaguinha numa de suas músicas.

Durante nossa infância e adolescência, a maneira como nossos pais, amigos, irmãos e professores tratavam as questões ligadas ao corpo e ao sexo, e o modo como eles reagiam às nossas atitudes e perguntas levaram-nos a formar ideias positivas ou negativas a respeito, e, sem dúvida, influenciaram e influenciam a maneira como encaramos a sexualidade.

Também nossa formação religiosa, a mídia e a cultura na qual estamos inseridos, paulatinamente, vão determinando quais valores e normas vamos adotar, e portanto, nossos pensamentos e sentimentos.

Daí a importância e a necessidade de nos reeducarmos sexualmente, de buscarmos uma revisão constante da maneira de pensar, para que possamos chegar a ser sujeitos de nossa sexualidade, com liberdade e responsabilidade.

Estamos passando por processos de transformação e revisão no que diz respeito a vários comportamentos sexuais, assim como em relação a algumas leis que são decisivas no campo da sexualidade, tais como: a união civil homossexual, a criminalização da homofobia e a questão do aborto.

A experiência com Grupos de Estudo sobre Educação Sexual, que vem sendo desenvolvida desde 1995, na UEL, tem mostrado que as pessoas que se dispõem a ler sobre o tema, a refletir, debater em grupo e rever o seu modo de pensar e sentir, acabam mudando a sua forma, muitas vezes, repressora e negativa, de encarar o sexo e modificando o seu comportamento e, assim, passam a colher os resultados disto na vida pessoal e profissional.

Vemos, desse modo, a importância e a responsabilidade que temos na educação das crianças e jovens, em todas as áreas, sobretudo, a moral e a sexual. Se quisermos indivíduos autônomos, preocupados em criar relações interpessoais sadias e menos conflituosas, com vistas à cooperação e ao respeito mútuo, é fundamental creditarmos um peso considerável ao papel da educação.

Mesmo na terceira idade ainda podemos continuar revendo o que pensamos e sentimos; isto significa crescimento pessoal e uma vivência mais saudável e feliz.

Outras perspectivas teóricas sobre o desenvolvimento da personalidade veem, de modo diferente, a formação da mesma. No caso da psicanálise, credita-se grande influência às relações paternas e maternas infantis (nos primeiros anos de vida) na formação da personalidade e, consequentemente, na forma adulta de vivenciar a sexualidade.

Às vezes, é necessário terapia para superar bloqueios; contudo, a educação sexual pode ajudar, em muitos casos, na superação de traumas e visões negativas em relação ao sexo.


Mary Neide Damico Figueiró e Solange Maria B. Mezzaroba, psicólogas e doutoras em Educação (Londrina)

Fonte: http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--206-20130321
 

terça-feira, 19 de março de 2013

Homossexualidade em sala de aula - Educação sexual



Homossexualidade em sala de aula - Educação sexual

por: Colunista Portal

O tema homossexualidade é cheio de preconceitos e dificuldades

“Ainda que nem sempre possamos entender o que a outra pessoa está vivendo, o simples fato de aceitar e poder respeitar que essa é a sua realidade já é o suficiente.” (RIESENFELD, 2002, p.31)

Pensando a homossexualidade

O tema homossexualidade é cheio de preconceitos e dificuldades. Para poder trabalhar a homossexualidade em sala de aula é preciso conhecer o tema.

A sexualidade possui orientações (matizes), as quais norteiam o desejo sexual do indivíduo. O desejo sexual são sentimentos desenvolvidos a partir de fatores ambientais (local onde o indivíduo se desenvolve – família, escola), fatores cognitivos (fenômenos psicológicos – imagens, representações, pensamento) e fatores biológicos (corpo, físico – masculino, feminino), formando o conjunto das expressões naturais da pessoa sexuada, levando em consideração seus desejos e fantasias (resposta erótica da pessoa).

O desejo sexual se apresenta de três maneiras: pode ser heterossexual (desejo por indivíduo do sexo oposto), homossexual (desejo por indivíduo do mesmo sexo) ou bissexual (desejo por indivíduos do mesmo sexo e do sexo oposto).

Reforçando, por homossexualidade entende-se a manifestação do desejo sexual por pessoas do mesmo sexo. O termo foi introduzido no século XIX por um médico húngaro e engloba aspectos biológicos, emotivos e relacionais.

Para que ocorra desenvolvimento pessoal e sexual saudável do(a) homossexual, deve haver aceitação e respeito pela pessoa, com amor e carinho. Aqui entra também o acolhimento da escola e de seus funcionários. Isto não ocorrendo, o desenvolvimento pode se dar de forma desestruturada. Podendo, assim, gerar desequilíbrio e promiscuidade. A dificuldade em ser homossexual não está no desejo em si, mas sim na rejeição pessoal e social.

O que contribuiu para a diminuição do preconceito social foi a homossexualidade deixar de ser vista como doença no meio profissional. Hoje os conselhos federais de medicina e psicologia não podem mais catalogar a homossexualidade como doença, não tendo, assim, como haver tratamento terapêutico. É terminantemente vedada, por resoluções dos mencionados conselhos, a promessa de “cura”. Deve-se educar para diminuir o preconceito!

Heterossexual: Desejo por indivíduo do sexo oposto
Homossexual: Desejo por indivíduo do mesmo sexo
Bissexual: Desejo por indivíduos do mesmo sexo e do sexo oposto


domingo, 17 de março de 2013

Estratégias de Intervenção Educativa - Educação sexual



Estratégias de Intervenção Educativa - Educação sexual

por: Colunista Portal 


A educação sexual faz parte da construção da aprendizagem
 
A educação sexual é um desafio e para desenvolvê-la no âmbito escolar deve haver envolvimento, conhecimento, ética e espontaneidade de todos os envolvidos no processo. Para isto é imprescindível o planejamento de estratégias a serem utilizadas nesta intervenção educativa.

A primeira avaliação a ser feita é a do estabelecimento de ensino, desde o espaço físico do mesmo até sua demanda – as reais necessidades da educação sexual. Em seguida deve-se sensibilizar e conscientizar os pais destas necessidades apresentadas e formar professores(as) para esta educação.

Sendo a educação formação de conceitos e de valores através da transmissão de conhecimentos, ela é construída junto à história de vida do indivíduo - desde o seu nascimento, passando, então, pelo grupo familiar; daí a importância da conscientização dos pais da demanda advinda de seus(as) filhos(as).

A educação sexual faz parte da construção da aprendizagem humana, é o processo que possibilita a plena formação do indivíduo como ser sexual. É um processo de humanização e personalização que se dá desde a concepção do indivíduo. Porém, na escola ela é iniciada na Educação Infantil e continuada nos Ensinos Fundamental e Médio. Cada fase possibilitando um conhecimento específico, promovendo a valorização do ser e propiciando a compreensão das mudanças psico-orgânicas advindas do desenvolvimento sexual. Todo este trabalho deve ser feito na linguagem adequada a cada etapa de desenvolvimento.

Dentre os vários modelos existentes na prática desta educação, o Relacional é o que melhor personaliza e humaniza a sexualidade humana. O uso desta metodologia favorece a formação e não a informação, o que acarreta menos problemas sociais e mais harmonia nas relações. Isto faz com que a educação sexual seja a principal forma de promover mudança de atitude, sendo esta da responsabilidade de todos.