Conversar abertamente com os filhos sobre o assunto
e orientá-los é a postura mais adequada e segura, mesmo quando eles são ainda
pequenos, mas sem apressar nada
A sexualidade
precoce é um tema que preocupa pais e mães do mundo todo. Estímulos vindos de
propagandas publicitárias ou de estilos musicais que erotizam as danças são
fatores que aumentam a probabilidade das crianças entrarem nesse universo antes
da idade esperada. Claro, as crianças começam a perceber a própria sexualidade
de forma natural, sem associar ao ato sexual propriamente dito, mas a
descoberta do próprio corpo começa desde o nascimento do bebê.
Por isso, quando a
curiosidade começar a aflorar e surgirem perguntas sobre a vida sexual, o
importante é manter um diálogo aberto. De acordo com o médico ginecologista
Domingos Mantelli, a sexualidade é algo natural e não adianta os pais
esconderem as informações. “No caso de música, vale a pena escutar junto com os
filhos para saber o que estão ouvindo. O importante é orientá-los que algumas
letras de canções mostram uma maneira errada de se pensar sobre sexo, que
muitas vezes desvaloriza a mulher, por exemplo”, salienta.
O que não deve ser
feito é deixar que os filhos façam descobertas de forma errada e não dá para
ignorar o assunto. “O importante é que a criança receba as orientações desde
pequena e dos próprios pais. Eles precisam falar sobre sexualidade de forma
natural. Sempre evidenciando que existem limitações e precauções que devem ser
tomadas”. Enquanto a criança é muito pequena, o melhor é explicar as diferenças
biológicas entre o homem e a mulher e porque, muitas vezes, essas diferenças
proporcionam sensações diferentes.
Conforme a crianças
vai crescendo, essa conversa precisa deixar de ser tão técnica e passar a
envolver a questão dos sentimentos, das vontades e da hora certa em que o sexo
é introduzido na vida de uma pessoa adulta. Afinal, o mecanismo sexual é
relativamente simples. O que complica são as relações e sensações que
estabelecemos em relação aos nossos corpos e a criança começa a descobrir isso
desde cedo.
“Caso os pais não
se sintam seguros para falar com a criança, o ideal é levá-la a um
ginecologista, no caso das meninas, urologista, no caso dos meninos ou a
uma sexóloga. Esses profissionais podem orientá-la”, complementa. O papel dos
pais é fazer com que os filhos façam essa descoberta com orientação. “Deixar
que o filho aprenda por conta própria é prejudicial porque ele não terá informação
suficiente para se proteger tanto fisicamente quanto emocionalmente”, finaliza
o ginecologista.
Algumas dicas
práticas:
1) Entenda quais são as dúvidas dos seu filhos. Se
ele quer saber por que um menino tem o órgão genital diferente de uma menina,
não há porque aprofundar o assunto antes do tempo. As dúvidas vão surgindo ao
longo dos anos.
2) Abra um canal
de comunicação transparente com seu filho. Deixe bem claro que ele pode
perguntar o que quiser, sem criar tabus em volta do assunto. Ele não precisa
saber de uma vez tudo sobre sexo, mas ele precisa ter a certeza de que, o que
ele quiser saber, pode e deve perguntar para você.
3) Conforme a
criança for crescendo, ela vai trazer cada vez mais dúvidas. Esclareça-as sem
mentir, deixe claro que sexo é bom quando estamos preparados para usufruir
disso, ou seja, depois de adultos.
4) Não apresse
nada. Em cada fase da vida a criança vai descobrir algo novo sobre o corpo: os
órgãos genitais, o prazer de se tocar, a curiosidade pelo o que é diferente, as
transformações hormonais e o amadurecimento sexual. Tente não se antecipar ao
falar desses assuntos, mas também não ignore os momentos da vida do seu filho.
Fonte: http://www.paisefilhos.com.br/crianca/voce-sabe-como-falar-sobre-sexualidade-com-seus-filhos/
Texto publicado originalmente em Pais&Filhos
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