Como o câncer de mama influencia a sexualidade
Carolina Freitas
Psicóloga, Mestre
em Psicologia
Sexóloga, especialista
em Educação Sexual
De acordo com o
Instituto Nacional do Câncer – INCA, o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente
do mundo, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Sendo o câncer de mama
o mais comum entre as mulheres, é ainda o tumor maligno que mais aflige as
mulheres, dada a sua relação direta com a saúde da mulher e a sexualidade
feminina.
O tema Câncer é
por si só de difícil abordagem. A sexualidade da pessoa portadora de câncer,
mais ainda. Pois, muitos ignoram a importância da relação entre saúde, doença e
sexualidade. Mas, é importante os (as) profissionais de saúde terem
conhecimento sobre o tema e serem um apoio no tratamento. As mulheres, os
casais, as famílias precisam de acolhimento e conhecimento para atravessar esse
momento adverso da vida.
A descoberta de um
câncer nunca é fácil, sempre abala. Pois, em nossa sociedade, mesmo com os
evidentes avanços de tratamento e cura, o câncer está diretamente ligado à
morte. Assim, o adoecimento impacta diversos aspectos da vida. A notícia de ser
portador(a) de câncer leva a pessoa a ter de lidar com questões diversas da
vida – psicológicas, sociais e sexuais.
No caso do câncer
de mama, que está intimamente ligado à autoestima feminina, afeta
diretamente à sexualidade da mulher e do casal. Pois, o seio tem diversos
significados. Ele é uma das representações do corpo feminino. Está ligado à
identidade da mulher, ao reconhecimento de seu corpo. É símbolo da
feminilidade, da sexualidade, da sedução.
Quando há a
necessidade da retirada de uma parte do seio, de um ou de ambos os seios a
mulher pode apresentar dificuldades com a autoimagem. Não se reconhecer diante
à falta ou sentir-se incompleta e pouco feminina. A mastectomia pode gerar
conflitos psicológicos, preocupação com a atração física (muito difundida em
nossa sociedade) e preocupação com a rejeição da parceria. A forma como a
mulher lida com a retirada da mama é singular.
A relação entre
saúde, doença e sexualidade varia de pessoa para pessoa. O funcionamento sexual
pode ser dificultado por questões fisiológicas e psicológicas. Mas mesmo
nesse momento adverso há como ter o resgate da sexualidade. A estabilidade
da notícia e da doença ajuda a mulher no resgate do desejo sexual. E o casal
tem como retomar a intimidade e a cumplicidade sexual.
A sexualidade é um
dos pilares da vida. A saúde sexual é um dos fatores da qualidade de vida. Vale
lembrar que a sexualidade não se reduz ao ato sexual, são as relações de afeto,
prazer e comunicação. Sentir-se acolhida e amada fortalece a luta.
Carolina Freitas
Psicóloga Especialista em Educação Sexual CRP 09/8329
Psicóloga Especialista em Educação Sexual CRP 09/8329
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