Meu artigo
publicado em 17.01.2014 em A Redação: “Quando o sexo vira doença”.
Quando o sexo vira
doença
O que é excessivo no desejo?
Carolina Freitas*
O badalado e polêmico filme
“Ninfomaníaca” de Lars Von Trier entrou em cartaz dia 10 de janeiro no Brasil e
com ele levantou um burburinho sobre o tema Ninfomania.
Muita gente acredita que deve
ser incrível uma mulher ser ninfomaníaca, pois ela vai querer transar o tempo
inteiro. Muitos homens e mulheres acham que ficar eternamente excitada é um
sonho de consumo. Mas, a ninfomania vai para muito além do sexo, é doença.
Transar compulsivamente não traz prazer. E, geralmente há uma história triste
por trás desse tesão eterno.
Qual seria então a quantidade
“normal” de sexo? Definir o que é excessivo no desejo e no comportamento sexual
é um dos dilemas da psicologia da sexualidade. Saiba que a questão não é a
frequência, mas sim o prejuízo que causa na vida da pessoa, em sua rotina e em
seus relacionamentos afetivos, e sua capacidade de produzir sofrimento.
Outro ponto são as atividades
sexuais serem impulsivas e inconsequentes, o que acarreta no não uso de
preservativo, por exemplo. Deixando a pessoa mais exposta a doenças sexualmente
transmissíveis. A busca pelo sexo não passa pelo seu bem estar.
Assim, o transtorno de desejo
sexual hiperativo, comumente conhecido por ninfomania, no caso das mulheres,
não é sobre gostar de sexo, não é sobre gostar muito de sexo. Aqui a mulher se
torna escrava de seus próprios desejos. Ela busca por diversas parcerias
sexuais e não consegue se satisfazer. E tem, ao fim, culpa. Veja que no filme,
a narrativa de diversas aventuras sexuais são repletas de sofrimento.
É preciso muito cuidado ao
diagnosticar uma mulher como ninfomaníaca. Ainda há tabus e preconceitos em
torno da vida sexual da mulher. A doença é diferente da mulher gostar de sexo e
ponto! E sim, mulher pode gostar (e muito!) de sexo. Ela simplesmente querer
mais sexo que o(a) companheiro(a) não a torna ninfomaníaca.
Até quando basta? Até onde
basta? Vamos aguardar a segunda parte do filme.
Agora, caso você tenha se
identificado com a protagonista do filme, ou seja, a vontade excessiva de sexo
atrapalhar a sua vida e causa sofrimento a você, procure ajuda de um
especialista em sexualidade humana. Busque por qualidade de vida e tenha uma
boa saúde sexual.
*Carolina Freitas é mestre em psicologia, sexóloga e especialista em Educação Sexual.
*Carolina Freitas é mestre em psicologia, sexóloga e especialista em Educação Sexual.
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